Carlos Fiolhais
Desde os primórdios da humanidade que a curiosidade é a força motriz que nos leva a procurar respostas para tudo aquilo para o qual não conseguimos encontrar uma explicação. O ser humano é curioso por natureza e essa curiosidade é a força motriz que nos levou a atravessar fronteiras e a querer decifrar os segredos do universo, a desenvolver a ciência e a torná-la no que é hoje na nossa sociedade. A popularização da ciência faz parte da nossa cultura coletiva, ao ponto de se criarem canais de televisão especializados e toda uma indústria em torno do género documental. Os cientistas são os grandes curiosos por excelência, e alguns deles, graças à divulgação científica, conseguem tornar a ciência mais acessível e compreensível para o grande público. É graças a estes divulgadores e às numerosas plataformas de comunicação que os apoiam que pode existir um evento como o Homo Curiosus, onde a curiosidade é o princípio e o centro de tudo. Bem-vindo ao Homo Curiosus, o grande evento de ciência.
Nuno Maulide
A vida na Terra está a afogar-se em milhares de milhões de pedaços de plástico. No mundo inteiro, os animais são afetados quer por ingerirem, quer por ficarem emaranhados nas armadilhas do plástico. Aliás, estas acabam por ser a causa da morte de cerca de 300 mil mamíferos marinhos por ano e de mais de 400 mil aves marinhas.
Governos e empresas do mundo inteiro estão a começar a resolver o problema, mas talvez já seja tarde demais. Os cientistas descobriram que o plástico entra no nosso corpo a partir de inúmeras fontes: o ar que respiramos, a água que bebemos, os alimentos que comemos… Da criatura mais pequena ao maior mamífero, o nosso planeta depende de um oceano saudável e próspero para a sua sobrevivência. Resta saber se conseguiremos fazê-lo...
Eugénia Cunha
Da mistura entre a antropologia - que estuda a história da humanidade, o comportamento humano, a biologia e a evolução ao longo da civilização - e a medicina legal - que auxilia a justiça ao determinar a origem e a causa da morte de um indivíduo -, surge a antropologia forense. Recuamos no tempo a épocas e culturas icónicas, para recontar crimes muito ou pouco conhecidos sob uma nova luz... e possivelmente desvendar alguns dos mistérios que os envolvem. A passagem do tempo fez desaparecer a maior parte dos indícios, mas poderá a psicologia moderna aliada aos novos avanços forenses explicar os últimos atos das vítimas e especular sobre os motivos dos assassinos? Junte-se a nós e explore homicídios ancestrais à luz da psicologia criminal e da antropologia forense contemporâneas.
Esta palestra pode conter temas não adecuados para menores de idade.
Alexandre Quintanilha
Nunca estivemos tão conscientes como agora do risco de colapso devido às alterações climáticas e, no entanto, parecemos ser incapazes de perceber a transformação coletiva que a situação parece exigir. Como se justifica a nossa inércia face à crise ambiental em curso? Por que razão o cérebro humano não consegue processar o aquecimento global? Poderão estar relacionados os interesses económicos e a dificuldade de sacrificar lucros imediatos para garantir benefícios a médio e longo prazo?
Tentamos decifrar os mecanismos comportamentais que explicam esta esquizofrenia coletiva. Os avanços mais recentes em neurociência, psicologia comportamental e antropologia revelarão os vieses cognitivos, as contradições e os medos que temos quando se trata de mudar o nosso estilo de vida: o viés da confirmação, a difusão de responsabilidade, a comparação social... Tudo isto explica como funciona o nosso cérebro ao receber a informação, como a ignora e as tentativas de reverter este facto.
Joana Branco
Muitos animais têm um repertório limitado de sons, mas compensam-no com uma vasta gama de movimentos corporais e faciais que lhes permitem comunicar. Alguns sinais são óbvios, mas a maioria é demasiado subtil para ser percebida pelos humanos.
Sem palavras para descodificar, os cientistas têm de se basear na análise física das vocalizações emitidas e depois compará-las com o comportamento observado.
A investigação está a mostrar que há mais sobreposições entre os humanos e os animais selvagens do que pensávamos. À medida que a ciência nos ajuda a descodificar o significado de certos gestos, podemos descobrir que a linguagem corporal de muitos animais provém da mesma linguagem universal, e é uma linguagem que podemos compreender.
David Marçal
João Lousada
É possível que, num futuro próximo, a Terra se torne inabitável devido às alterações climáticas ou ao excesso de população. Além disso, os recursos naturais podem tornar-se cada vez mais escassos, e a Humanidade ver-se obrigada a procurá-los noutras paragens. Será até possível o impacto de um asteroide provocar uma catástrofe planetária. Consequentemente, podemos ter de nos mudar para uma colónia em órbita ou para outro corpo celeste como a lua ou Marte e construir uma nova casa em colónias espaciais distantes. A tecnologia atual permite-nos pensar que uma colónia na lua ou em Marte poderá ser uma realidade ainda neste século e não mera ficção científica. Pode até ser possível uma colónia orbital, muito maior do que a atual Estação Espacial Internacional, ou num asteroide próximo da Terra.
Valerie Tasso
O amor é felicidade, tristeza, ciúme, desejo sexual e só existe sob esta forma nos seres humanos e não nos outros animais. Mas o que é exatamente o amor, o que acontece nos nossos corações e nos nossos cérebros?
Os nossos sentimentos são regulados por hormonas e neurotransmissores. Podemos controlar conscientemente a sua libertação e influenciar um processo tão complexo como a ligação e a vinculação, regulando a psicobiologia e estimulando a oxitocina, a hormona do amor.
Se estimularmos a oxitocina, os seres humanos tornam-se mais sociáveis. Pode fazer a diferença, mas não ativa o desejo sexual, não é uma droga do amor. Será que, através da biotecnologia, podemos e queremos de verdade mudar a forma como amamos? Teremos de decidir quais são as consequências éticas deste facto.
Esta palestra pode conter temas não adecuados para menores de idade.
António Vilaça Pacheco
Do Bitcoin aos NFTs, as criptomoedas estão a fazer manchetes. Mas o que é exatamente e como funciona? Os especialistas vão além do hype e do ceticismo para desvendar os fundamentos sociais e tecnológicos da criptografia - explorando como surgiu e por que essa nova tecnologia pode mudar mais do que apenas dinheiro.
A esperança de vida aumentou exponencialmente nos últimos 50 anos, a mortalidade infantil foi reduzida graças às vacinas e a utilização de antibióticos garantiu a saúde de milhões de pessoas em todo o mundo. Em 2020, conseguimos desenvolver em tempo recorde uma vacina para uma nova doença que salvou a vida de milhões de pessoas, algo que teria sido impensável em pandemias anteriores. As condições de vida das mulheres e das raparigas melhoraram consideravelmente graças ao livre acesso a medidas de controlo da natalidade. Mas, ao mesmo tempo que vivemos mais e melhor, novas ameaças pairam sobre a nossa saúde, como a última grande pandemia: a obesidade. Conseguiremos descobrir as suas causas e garantir assim a boa saúde da população mundial?